segunda-feira, 20 de agosto de 2012



                                     CONSUMO


O apelo ao consumo é feito, desde o produtor, vendedor, banqueiros, imprensa, que aí fazem as suas fortunas, e quanto menos poder os indivíduos têm, mais estão à mercê das forças sociais, e das ideias que lhes são impostas, é uma sociedade que vive em competição permanente, vive em competição desenfreada, a pessoa que segue uma profissão é motivada em primeiro lugar por factores extrínsecos, tais como dinheiro e progressão na carreira, pelo poder e pelo prestígio hierárquico, de professora contratada, a professora efectiva, de professora a reitora, de vice-presidente, de editor-adjunto a redactor-chefe, isto é, em competição desenfreada permanente. Isto leva-nos a um estado de euforia que acabamos por mentir a nós mesmos, querer viver num mundo em que tudo é fácil, tudo é bonito, tudo é agradável, tudo isto porque necessitamos desesperadamente da aprovação dos outros.

      Por estranho que pareça, é mais fácil ser infeliz do que ser feliz, as possibilidades que temos para ser feliz são limitadas pela nossa estrutura experimental. A infelicidade é muito menos difícil, acabamos sempre presos nos recintos das nossas desgraças, porque crescem num terreno tornado árido e pedregoso por causa das frustrações da vida, instala-se em nós, de modo intenso, o medo de nos afastarmos, de ser diferente, no medo de pensar, de viver, com medo da desaprovação dos outros, de ser discriminado e condenado, acabando por nos sentirmos estranhos em nós mesmos.

     Alguém disse que, a ilusão é o maior dos prazeres, e este é o mundo da ilusão, que se entende como um apego poderoso aos bens dos outros, o desejo insaciável de riqueza, invejar os bens dos outros e desejar para si os bens do outro e não vendo que isso é cobiça

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